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HiperMemo - Acervo Multimídia de Memórias do ABC da Universidade IMES

DEPOENTE

Rosa Noeff Papa

  • Nome: Rosa Noeff Papa
  • Gênero: Feminino
  • Data de Nascimento: 21/11/1939
  • Data de falecimento: 13/03/2020
  • Nacionalidade: 23
  • Naturalidade: São Paulo (SP)
  • Profissão: Do lar

Biografia

Filha de búlgaros bessarabianos. Seus pais (Trifon e Penna) vieram para o Brasil em 1926 já com uma filha, Helena. No Brasil, além de Rosa, nasceram mais 2 irmãs: Annita e Dora. Mudaram-se de uma fazenda para a Mooca e, depois, para a Vila Alpina. A mãe cozinhava comidas búlgaras, apesar dos pais se considerarem mais brasileiros que búlgaros. Nunca mais voltaram para a Bessarábia e nunca mais viram seus pais. É irmã de Annita Noeff Manzano. Faleceu em 13/03/2020, em São Caetano, aos 81 anos.



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Transcrição de Depoimento de Rosa Noeff Papa em 22/11/2017

CONVERSA NA CASA DE D. ROSA (ROSINHA) NOEFF PAPA (78 ANOS), 2ª. GERAÇÃO DE MULHERES BÚLGARAS BESSARABIANAS. (SÃO CAETANO DO SUL-SP) - 22-11-2017.
Texto produzido por Vilma Lemos a partir das memórias da depoente. Optou-se por redigir em 1ª. pessoa. O texto passou pela leitura da depoente.

Eu nasci na Mooca (SP). Estudei até a 4ª. série do primário, na Vila Alpina e Vila Bela. Meus pais (Trifon Noeff e Penna Yancova Noeff) vieram da Bulgária para o Brasil em abril 1926, já com uma filha, Helena. Minha mãe estava grávida de meu irmão João quando embarcou. Ele nasceu em 3 de maio do mesmo ano, na fazenda em Pirajuí, porque eles foram direto do Porto de Santos para essa fazenda.
Aqui no Brasil nasceram, além de mim, outras 2 irmãs: Dora e Annita. Da fazenda, meus pais vieram para a Mooca e, depois, V. Alpina.
Meu pai era de família pobre, mas minha mãe não. Ela trouxe algumas joias. Como não tinham nada no Brasil e o João ia nascer, trocou com um dentista essas joias por algum dinheiro.
Uma coisa que nunca, nunca vou me esquecer é que aqui, nós éramos tão pobres que não tinha onde comer e minha mãe arranjou uma bacia e todos nós comíamos juntos nela.
Depois da fazenda, meus pais vieram para a Mooca e meu pai começou a trabalhar na Fiação Farrabino (na R. Marina Crespi). Minha mãe também foi trabalhar lá e a mais velha ficava com os mais novos.
Na V. Alpina, a vida melhorou um pouco. Quando Annita nasceu (1946), minha mãe parou de trabalhar, porque os mais velhos trabalhavam e ajudavam em casa. Meu pai comprou casa na Vila Alpina e um terreno para meu irmão.
Eu casei com 21 anos, com um descendente de italianos e tive 4 filhos, 3 homens e uma mulher. Um dos meninos morreu do coração e uma filha nasceu morta. Minha habilidade era confecção de flores, dobraduras. Eu enfeitava a igreja com elas. Depois do derrame, fiquei meio esquecida.
Minha mãe cozinhava comida búlgara sim.
Meu pai teve morte triste. Ele morreu num hospital psiquiátrico em São Paulo. Minha mãe, num asilo.
Meus pais se consideravam mais brasileiros do que búlgaros. Eles gostavam do Brasil. Nunca mais voltaram para a Bessarábia e nunca mais viram seus pais.



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